2020

9 de Janeiro de 2020, 14h00, Auditório A

Título: “Prémio Nobel de Física 2019 – Cosmologia Física: Novas perspectivas sobre o nosso lugar no universo”
Orador: Francisco Lobo (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, FCUL)
Resumo:
O Prémio Nobel de Física 2019 distinguiu as investigações que “contribuíram para a compreensão da evolução do universo e do lugar da Terra no cosmo”, com metade do prémio atribuído a James Peebles “por descobertas teóricas em cosmologia física”.
Nesta palestra vamos recordar a viagem histórica do pensamento humano que levou à cosmologia moderna, salientando as contribuições de Peebles sobre a cosmologia física, desenvolvidas desde meados da década de 1960, e que se tornaram a base das nossas ideias contemporâneas sobre o universo. Por fim, vamos discutir a importância destas contribuições e utilidade futura.

23 de Janeiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Olhar a Lua através da História da Tecnologia”
Orador: Maria Paula Diogo (DCSA, FCTUNL)
Resumo:
A Lua é um objecto muito presente na História da Tecnologia, embora nem sempre de uma forma directa. Nesta breve conversa, a propósito da comemoração dos 50 anos da alunagem, farei uma abordagem desta longa relação, desde o telescópio de Galileu aos projectos de exploração activa da Lua.

6 de Fevereiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Ligas de Alta Entropia no futuro reactor de fusão nuclear ITER”
Orador: António Casaca (ADF/ISEL, Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas, FCUL)
Resumo:
O ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) está a ser construido em Cadarache (França) e será o maior reactor experimental de fusão nuclear (tokamak) do mundo. O ITER será igualmente o primeiro tokamak em que a energia produzida durante a fusão do plasma superará a energia consumida para gerar a temperatura de cerca de 150 milhões de graus necessária para ocorrerem as reacções de fusão dos núcleos de deutério e trítio do plasma. Uma peça fundamental do reactor é o “divertor” (ou diversor) que, a poucos metros do plasma, extrairá o calor produzido durante a fusão do plasma e os resíduos que dela resultam. Esta parte do reactor, que será construída em tungsténio, estará submetida a um gigantesco fluxo de energia térmica e serão necessárias barreiras térmicas que promovam a dissipação deste fluxo, protegendo as restantes partes do reactor. Neste seminário são apresentados resultados preliminares da caracterização de uma nova classe de materiais, as ligas de alta entropia. As ligas de alta entropia contêm pelo menos 5 elementos, com concentrações entre 5 a 35 em percentagem atómica (5 at. {1a31b3cf8f930c3f9ef0621b0d9840bcfad6dc4fd812c273fe93ee426af8d69f} a 35 at. {1a31b3cf8f930c3f9ef0621b0d9840bcfad6dc4fd812c273fe93ee426af8d69f}). As suas propriedades térmicas e mecânicas, como a elevada resistência às fadigas térmica e mecânica, tornam-nas boas candidatas para serem aplicadas como barreiras térmicas no ITER.

20 de Fevereiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Prémio Nobel de Física 2019 – Pela descoberta do primeiro exoplaneta”
Orador: Alexandre Cabral e Pedro Machado (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa)
Resumo:
O Prémio Nobel de Física 2019 recompensa uma nova compreensão da estrutura e história do universo e a primeira descoberta de um planeta orbitando uma estrela do tipo solar fora do nosso Sistema Solar. Os vencedores deste ano contribuíram para responder a perguntas fundamentais sobre a nossa existência. O que aconteceu na primeira infância do universo e o que aconteceu depois? Será comum no Universo que existam estrelas que alberguem sistemas planetários em seu torno? Será que podem existir outros planetas parecidos com a Terra, orbitando outros sóis? Haverá planetas habitáveis e que possam albergar vida como nós a conhecemos? Metade do prémio foi atribuída a James Peebles “por descobertas teóricas em cosmologia física” e a outra metade em conjunto a Michel Mayor e Didier Queloz “pela descoberta de um exoplaneta orbitando uma estrela do tipo solar”. Neste seminário, dois investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), falarão sobre o trabalho dos premiados com o Prémio Nobel de Física 2019 e como isso influencia hoje a sua investigação científica.

2 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/158216718
Título: “Discos Voadores”
Orador: Paulo Teixeira (ADF-ISEL e CFTC-FCUL)*
Resumo:
Nestas alturas em que passamos muito tempo a olhar para écrans, é bom recordar o que está dentro de muitos deles: películas de cristal líquido (CL), confinadas por superfícies que induzem alinhamentos específicos (ditos anchoragens) das moléculas do CL. O estudo de películas de CL formados por partículas (não necessariamente moléculas, mas também, por exemplo, colóides ou materiais biológicos) alongadas, ditos CL calamíticos, tem uma longa história. Muito menos se sabe acerca de CLs cujas partículas constituintes têm a forma de placas ou discos, ditos CL discóticos (CLD), de que são exemplos certos compostos constituídos por moléculas muito planas, ou dispersões de argila. Alguns destes CLDs são semicondutores; outros têm muito boas propriedades lubrificantes. Vale, portanto, a pena investigá-los teoricamente.
No âmbito de um projecto financiado pelo IPL (IPL/2019/DISCONEDGE ISEL), procedemos ao estudo, por meio de teoria e de simulação computacional, de películas de CLD confinados entre paredes planas paralelas (slit geometry). Neste modelo, a ancoragem induzida nos CLDs pelas paredes é determinada fixando o grau de penetrabilidade das mesmas: as partículas de CLD vêem-se umas às outras como elipsóides uniaxiais oblatos rígidos, mas cada parede vê uma partícula de CLD como um disco circular, de espessura nula, perpendicular ao eixo menor do elipsóide e centrado no seu ponto médio. Se o diâmetro deste disco for próximo do do elipsóide, este tenderá a “sentar-se” na parede (eixo menor perpendicular à parede, ancoragem homeotrópica); se for muito menor, tenderá a ficar “de lado” (eixo menor paralelo à parede, ancoragem planar).
Apresentamos resultados tanto para confinamento simétrico (as duas paredes induzem a mesma anchoragem) como híbrido (as duas paredes induzem ancoragens diferentes).
*Em colaboração com Candy Anquetil-Deck (Norwegian University of Technology, Trondheim, Noruega) e Doug Cleaver (Sheffield Hallam University, Reino Unido).

16 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/285958996
Título: “Os números COVID-19”
Orador: Vários
Resumo:
Quer por convicção, quer por força das circunstâncias vigentes, muitos de nós têm-se transformado em epidemiologistas amadores, e (quase) todos cremos ter algo a dizer acerca dos números do COVID-19. Com esta iniciativa convidámos-lo(a) a fazer isso mesmo: venha mostrar a última curva que ajustou aos dados, discutir a sua relevância (ou ausência dela), e ver e ouvir outras pessoas com interesses em comum, num ambiente informal e, espera-se, bem-humorado e informativo. Todos(as) são bem-vindos(as).

30 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/97270139433
Título: “Modelação Atmosférica: do planeta às cidades e da meteorologia ao clima”
Orador: Miguel Nogueira (IDL, FCUL)
Resumo:
Os modelos computacionais podem ser usados como laboratórios experimentais da evolução do sistema climático terrestre. No entanto, não é possível simular todos processos relevantes envolvidos de forma rigorosa, dada a vasta de gama de escalas temporais e espaciais presentes na atmosfera em conjunto com conhecimento insuficiente sobre alguns destes processos. Adicionalmente, existem incertezas significativas nas condições iniciais e de fronteira necessárias aos modelos. Estas limitações têm guiado um esforço contínuo por parte da comunidade científica para avaliar e desenvolver estes modelos, aumentando a sua utilidade e a confiança na informação que eles providenciam, mas também aprofundando a nossa compreensão do Sistema Climático Terrestre.

13 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/615319687
Título: “Leonardo da Vinci – Artista e Cientista”
Orador: Luís Trabucho (Departamento de Matemática, FCTUNL)
Resumo:
Nesta palestra analisar-se-á a vida e a obra de Leonardo da Vinci e tentar-se-á mostrar a razão pela qual é considerado o maior artista/cientista do Renascimento Italiano.

21 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93040016328
Título: “Os números COVID-19, um mês depois”
Orador: : Vários
Resumo:
Um mês depois da primeira discussão informal sobre os números COVID-19, convidamos todos/as para uma nova sessão. Que previsões acertaram, quais falharam, e porquê? O que mudou, e o que ficou mais ou menos na mesma? O que podemos aprender com tudo isto?

28 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93040016328
Título: “Spintrónica: usar conceitos conhecidos em aplicações desconhecidas”
Orador: Susana Cardoso de Freitas (INESC-MN e DF, IST-UL)
Resumo:
Os sensores magnetoresistivos (MR) são um exemplo de dispositivos spintrónicos que atingiram um elevado nível de maturidade tecnológica e são usados em várias aplicações, desde os sistemas de informação, indústria automóvel, Internet-das-coisas (IoT), systemas inteligentes, até instrumentação de precisão em biomédica.
Independentemente do modo como usam sensores spintrónicos, essas aplicações partilham entre si os requisitos de boa resolução espacial (micrómetros ou menos), estabilidade térmica deste a temperatura ambiente até 200ºC, integração em larga escala, e boa detectividade magnética (campos desde picotesla e militesla), a baixo custo.
A integração de sensores MR em substrates flexíveis e ajustáveis permite combinar funcionalidades mecânicas com a detecção de campos magnéticos. Por outro lado, a integração em microagulhas permite usar esses sensores em arquitecturas de precisão.
Nesta apresentação, iremos demonstrar, através de exemplos, como se tem conseguido integrar com sucesso sensores spintrónicos em configurações desafiantes, como (i) integração em bolachas CMOS usadas em nanoelectrónica e semicondutores, (ii) substratos e/ou interfaces flexíveis, (iii) tecnologias e estruturas microfluidicas e (iv) materiais elásticos para sensores tácteis.
Serão revistas algumas das características mais relevantes dos sensores, desde os materiais (filmes finos com menos de 2 nm de espessura) até às características físicas e requisitos tecnológicos (ruído, estabilidade térmica…), dirigidos para as aplicações.

18 de Junho de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93204734456
Título: “Computação neuromórfica”
Orador: José Figueiredo (DF e Centra-FCUL)
Resumo:
A computação neuromórfica (também conhecida como engenharia neuromórfica) é um tema de investigação e desenvolvimento interdisciplinar que envolve noções de biologia, física, matemática, ciências da computação e engenharias, e visa desenvolver hardware capaz de executar funcionalidades neuronais, emulando certas operações cerebrais como a perceção cognitiva, controle motor ou integração multissensorial. A realização de sistemas neuromórficos ao nível do hardware tem assentado essencialmente em implementações puramente eletrónicas, empregando transístores, memristores, spintrónica, etc.. No entanto, algumas destas implementações apresentam fortes limitações em termos de eficiência energética, largura de banda e latência. Por outro lado, os sistemas neuromórficos baseados em tecnologias optoelectrónicas/fotónicas têm o potencial de integrar funções de processamento neuromórfico que excedem amplamente as capacidades dos sistemas eletrónicos. O seminário compreende uma breve introdução à computação neuromórfica, comparando as capacidades do cérebro e dos computadores atuais, seguida da apresentação da tecnologia optoelectrónica em desenvolvimento no projeto europeu ChipAI, que visa a implementação de componentes capazes de operarem como neurónios e sinapses de estado sólido.

26 de Outubro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85682987143
Título: “(Geo)Física da atmosfera e dos oceanos: do Atlântico às Ilhas”
Orador: Rui Caldeira (Observatório Oceânico da Madeira, ARDITI, IDL-FCUL)
Resumo:
A ilha da Madeira oferece condições únicas para o estudo da interação das montanhas com o escoamento atmosférico (ventos), bem como, com a interação da topografia submersa com as correntes oceânicas. Vórtices, ondas internas, jatos, convecção, são alguns dos processos dinâmicos que resultam da interação da ilha com o(s) escoamento(s) incidentes (ventos e correntes). Existe igualmente uma forte interação entre os dois fluidos (atmosfera e oceano), responsável pela transferência de energia (momento e calor) entre a baixa atmosfera e o oceano.
Neste âmbito, o grupo de meteorologia e oceanografia do Observatório Oceânico da Madeira (OOM) em colaboração com colegas nacionais e internacionais, tem publicado vários trabalhos na literatura científica internacional, combinando modelos numéricos, observações remotas e dados in situ para estudar os efeitos das montanhas na geração de turbulência na baixa atmosfera; o sobreaquecimento da esteira oceânica que se forma a jusante; a formação e evolução dos jatos atmosféricos. A ilha serve também como proxy para o estudo de fenómenos à escala regional (Atlântico NE), e as alterações climáticas parecem ter um impacto relevante nos fenómenos locais. O conhecimento dos fenómenos à escala local permitirá melhorar os sistemas de previsão meteo-oceanográficos, úteis para antever catástrofes e/ou mitigar eventos episódicos ou extremos tais como tempestades, marés negras, acumulação de lixo marinho na costa, cheias, tsunamis, entre outros. O aumento do conhecimento sobre estes fenómenos insulares permite-nos também estudar outros arquipélagos do Atlântico como Cabo Verde, Canárias e Açores.

9 de Novembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85767381662
Título: “COVID-19, Delfos, IX-XI e Platão: Um modelo fenomenológico para explicar a pandemia de COVID-19”
Orador: Pedro Sebastião (DF e CeFEMA, IST, UL)
Resumo:
O desenvolvimento de modelos pode ser essencial para entender a dinâmica da pandemia COVID-19 e para avaliar diferentes estratégias de mitigação. Apresenta-se um modelo multi-compartimental que se ajusta aos dados epidemiológicos de onze países, apesar do número reduzido de parâmetros de ajuste. Este modelo explica de forma consistente os dados diários de infectados, recuperados e mortos durante os primeiros seis meses da pandemia. A boa qualidade dos ajustes permite explorar diferentes cenários e avaliar o impacto dos comportamentos individuais e coletivos e das decisões governamentais para mitigar a epidemia.

23 de Novembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/89740715281
Título: “Materiais sensitivos para olfato artificial”
Orador: Cecília Roque (UCIBIO, Departamento de Química, FCTUNL)
Resumo:
O olfato artificial é um campo emergente com o objetivo de imitar os sistemas olfativos naturais. Os sistemas olfativos contam com uma primeira etapa de reconhecimento molecular, onde os compostos orgânicos voláteis (COVs) se ligam a uma série de proteínas olfativas especializadas. Como resultado, os sinais elétricos são enviados para o cérebro, onde o reconhecimento de padrões é realizado. Uma abordagem eficiente em olfato artificial combina matrizes de materiais sensíveis a gases com processamento de sinais e ferramentas de classificação. A química supramolecular oferece a possibilidade de gerar materiais modulares, ajustáveis e responsivos a estímulos, sendo uma abordagem para o design de materiais funcionais na criação de novos tipos de sensores. Recentemente, desenvolvemos o conceito de géis híbridos [1]. Esses materiais resultam da combinação de componentes funcionais – cristais líquidos, líquido iónico, e biopolímero – que dão origem a propriedades de reconhecimento molecular não observadas nos seus componentes individuais. Cada componente tem a sua própria função, mas em combinação, eles fornecem um ambiente molecular e compartimentos com a seletividade necessária para detecção. Neste trabalho, filmes de géis híbridos são utilizados como sensores de COVs num nariz eletrónico customizado associado a um classificador automático [2]. Como potenciais aplicações, mostramos que o dispositivo desenvolvido pode ser utilizado na quantificação de etanol em combustível automotivo [1] e na monitorização de alimentos [3].
[1] A. Hussain, A.T.S. Semeano, S.I.C.J. Palma, A.S. Pina, J. Almeida, B.F. Medrado, A.C.C.S. Pádua, A.L. Carvalho, M. Dionísio, R.W.C. Li, H. Gamboa, R.V. Ulijn, J. Gruber, A.C.A. Roque, Tunable Gas Sensing Gels by Cooperative Assembly, Adv. Funct. Mater. 1700803 (2017) 1–9.
[2] C. Esteves, G.M.C. Santos, S.I.C.J. Palma, H.M.A. Costa, V.D. Alves, A.R. Porteira, B.M. Morais, I. Ferreira, H. Gamboa, A.C.A. Roque, Effect of film thickness in gelatin hybrid gels for artificial olfaction, Mater. Today Bio. 1 (2019) 100002.
[3] A.T.S. Semeano, D.F. Maffei, S. Palma, R.W.C. Li, B.D.G.M. Franco, A.C.A. Roque, J. Gruber, Tilapia fish microbial spoilage monitored by a single optical gas sensor, Food Control. 89 (2018) 72–76

14 de Dezembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85299493984
Título: “Nobel da Física 2020: Os Buracos Negros brilham na teoria e nas observações”
Oradores: José Pedro Mimoso (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências) e Koraljka Muzic (CENTRA, Faculdade de Ciências)
Resumo:
O Prémio Nobel da Física de 2020 focou-se nos Buracos Negros, que são dos mais enigmáticos objetos no Universo. Foi atribuído a Roger Penrose “pela descoberta de que a formação de buracos negros é uma previsão robusta da teoria da Relatividade Geral de Einstein” e a Reinhard Genzel e Andrea Ghez “pela descoberta de um objecto compacto supermassivo no centro da nossa galáxia”. Neste seminário apresentam-se os enquadramentos teórico e observacional destas descobertas e discute-se, ainda, o seu impacto para a compreensão dos buracos negros.

9 de Janeiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Prémio Nobel de Física 2019 – Cosmologia Física: Novas perspectivas sobre o nosso lugar no universo”
Orador: Francisco Lobo (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, FCUL)
Resumo:
O Prémio Nobel de Física 2019 distinguiu as investigações que “contribuíram para a compreensão da evolução do universo e do lugar da Terra no cosmo”, com metade do prémio atribuído a James Peebles “por descobertas teóricas em cosmologia física”.
Nesta palestra vamos recordar a viagem histórica do pensamento humano que levou à cosmologia moderna, salientando as contribuições de Peebles sobre a cosmologia física, desenvolvidas desde meados da década de 1960, e que se tornaram a base das nossas ideias contemporâneas sobre o universo. Por fim, vamos discutir a importância destas contribuições e utilidade futura.

23 de Janeiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Olhar a Lua através da História da Tecnologia”
Orador: Maria Paula Diogo (DCSA, FCTUNL)
Resumo:
A Lua é um objecto muito presente na História da Tecnologia, embora nem sempre de uma forma directa. Nesta breve conversa, a propósito da comemoração dos 50 anos da alunagem, farei uma abordagem desta longa relação, desde o telescópio de Galileu aos projectos de exploração activa da Lua.

6 de Fevereiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Ligas de Alta Entropia no futuro reactor de fusão nuclear ITER”
Orador: António Casaca (ADF/ISEL, Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas, FCUL)
Resumo:
O ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) está a ser construido em Cadarache (França) e será o maior reactor experimental de fusão nuclear (tokamak) do mundo. O ITER será igualmente o primeiro tokamak em que a energia produzida durante a fusão do plasma superará a energia consumida para gerar a temperatura de cerca de 150 milhões de graus necessária para ocorrerem as reacções de fusão dos núcleos de deutério e trítio do plasma. Uma peça fundamental do reactor é o “divertor” (ou diversor) que, a poucos metros do plasma, extrairá o calor produzido durante a fusão do plasma e os resíduos que dela resultam. Esta parte do reactor, que será construída em tungsténio, estará submetida a um gigantesco fluxo de energia térmica e serão necessárias barreiras térmicas que promovam a dissipação deste fluxo, protegendo as restantes partes do reactor. Neste seminário são apresentados resultados preliminares da caracterização de uma nova classe de materiais, as ligas de alta entropia. As ligas de alta entropia contêm pelo menos 5 elementos, com concentrações entre 5 a 35 em percentagem atómica (5 at. {1a31b3cf8f930c3f9ef0621b0d9840bcfad6dc4fd812c273fe93ee426af8d69f} a 35 at. {1a31b3cf8f930c3f9ef0621b0d9840bcfad6dc4fd812c273fe93ee426af8d69f}). As suas propriedades térmicas e mecânicas, como a elevada resistência às fadigas térmica e mecânica, tornam-nas boas candidatas para serem aplicadas como barreiras térmicas no ITER.

20 de Fevereiro de 2020, 14h00, Auditório A
Título: “Prémio Nobel de Física 2019 – Pela descoberta do primeiro exoplaneta”
Orador: Alexandre Cabral e Pedro Machado (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa)
Resumo:
O Prémio Nobel de Física 2019 recompensa uma nova compreensão da estrutura e história do universo e a primeira descoberta de um planeta orbitando uma estrela do tipo solar fora do nosso Sistema Solar. Os vencedores deste ano contribuíram para responder a perguntas fundamentais sobre a nossa existência. O que aconteceu na primeira infância do universo e o que aconteceu depois? Será comum no Universo que existam estrelas que alberguem sistemas planetários em seu torno? Será que podem existir outros planetas parecidos com a Terra, orbitando outros sóis? Haverá planetas habitáveis e que possam albergar vida como nós a conhecemos? Metade do prémio foi atribuída a James Peebles “por descobertas teóricas em cosmologia física” e a outra metade em conjunto a Michel Mayor e Didier Queloz “pela descoberta de um exoplaneta orbitando uma estrela do tipo solar”. Neste seminário, dois investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), falarão sobre o trabalho dos premiados com o Prémio Nobel de Física 2019 e como isso influencia hoje a sua investigação científica.

2 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/158216718
Título: “Discos Voadores”
Orador: Paulo Teixeira (ADF-ISEL e CFTC-FCUL)*
Resumo:
Nestas alturas em que passamos muito tempo a olhar para écrans, é bom recordar o que está dentro de muitos deles: películas de cristal líquido (CL), confinadas por superfícies que induzem alinhamentos específicos (ditos anchoragens) das moléculas do CL. O estudo de películas de CL formados por partículas (não necessariamente moléculas, mas também, por exemplo, colóides ou materiais biológicos) alongadas, ditos CL calamíticos, tem uma longa história. Muito menos se sabe acerca de CLs cujas partículas constituintes têm a forma de placas ou discos, ditos CL discóticos (CLD), de que são exemplos certos compostos constituídos por moléculas muito planas, ou dispersões de argila. Alguns destes CLDs são semicondutores; outros têm muito boas propriedades lubrificantes. Vale, portanto, a pena investigá-los teoricamente.
No âmbito de um projecto financiado pelo IPL (IPL/2019/DISCONEDGE ISEL), procedemos ao estudo, por meio de teoria e de simulação computacional, de películas de CLD confinados entre paredes planas paralelas (slit geometry). Neste modelo, a ancoragem induzida nos CLDs pelas paredes é determinada fixando o grau de penetrabilidade das mesmas: as partículas de CLD vêem-se umas às outras como elipsóides uniaxiais oblatos rígidos, mas cada parede vê uma partícula de CLD como um disco circular, de espessura nula, perpendicular ao eixo menor do elipsóide e centrado no seu ponto médio. Se o diâmetro deste disco for próximo do do elipsóide, este tenderá a “sentar-se” na parede (eixo menor perpendicular à parede, ancoragem homeotrópica); se for muito menor, tenderá a ficar “de lado” (eixo menor paralelo à parede, ancoragem planar).
Apresentamos resultados tanto para confinamento simétrico (as duas paredes induzem a mesma anchoragem) como híbrido (as duas paredes induzem ancoragens diferentes).
*Em colaboração com Candy Anquetil-Deck (Norwegian University of Technology, Trondheim, Noruega) e Doug Cleaver (Sheffield Hallam University, Reino Unido).

16 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/285958996
Título: “Os números COVID-19”
Orador: Vários
Resumo:
Quer por convicção, quer por força das circunstâncias vigentes, muitos de nós têm-se transformado em epidemiologistas amadores, e (quase) todos cremos ter algo a dizer acerca dos números do COVID-19. Com esta iniciativa convidámos-lo(a) a fazer isso mesmo: venha mostrar a última curva que ajustou aos dados, discutir a sua relevância (ou ausência dela), e ver e ouvir outras pessoas com interesses em comum, num ambiente informal e, espera-se, bem-humorado e informativo. Todos(as) são bem-vindos(as).

30 de Abril de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/97270139433
Título: “Modelação Atmosférica: do planeta às cidades e da meteorologia ao clima”
Orador: Miguel Nogueira (IDL, FCUL)
Resumo:
Os modelos computacionais podem ser usados como laboratórios experimentais da evolução do sistema climático terrestre. No entanto, não é possível simular todos processos relevantes envolvidos de forma rigorosa, dada a vasta de gama de escalas temporais e espaciais presentes na atmosfera em conjunto com conhecimento insuficiente sobre alguns destes processos. Adicionalmente, existem incertezas significativas nas condições iniciais e de fronteira necessárias aos modelos. Estas limitações têm guiado um esforço contínuo por parte da comunidade científica para avaliar e desenvolver estes modelos, aumentando a sua utilidade e a confiança na informação que eles providenciam, mas também aprofundando a nossa compreensão do Sistema Climático Terrestre.

13 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/615319687
Título: “Leonardo da Vinci – Artista e Cientista”
Orador: Luís Trabucho (Departamento de Matemática, FCTUNL)
Resumo:
Nesta palestra analisar-se-á a vida e a obra de Leonardo da Vinci e tentar-se-á mostrar a razão pela qual é considerado o maior artista/cientista do Renascimento Italiano.

21 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93040016328
Título: “Os números COVID-19, um mês depois”
Orador: : Vários
Resumo:
Um mês depois da primeira discussão informal sobre os números COVID-19, convidamos todos/as para uma nova sessão. Que previsões acertaram, quais falharam, e porquê? O que mudou, e o que ficou mais ou menos na mesma? O que podemos aprender com tudo isto?

28 de Maio de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93040016328
Título: “Spintrónica: usar conceitos conhecidos em aplicações desconhecidas”
Orador: Susana Cardoso de Freitas (INESC-MN e DF, IST-UL)
Resumo:
Os sensores magnetoresistivos (MR) são um exemplo de dispositivos spintrónicos que atingiram um elevado nível de maturidade tecnológica e são usados em várias aplicações, desde os sistemas de informação, indústria automóvel, Internet-das-coisas (IoT), systemas inteligentes, até instrumentação de precisão em biomédica.
Independentemente do modo como usam sensores spintrónicos, essas aplicações partilham entre si os requisitos de boa resolução espacial (micrómetros ou menos), estabilidade térmica deste a temperatura ambiente até 200ºC, integração em larga escala, e boa detectividade magnética (campos desde picotesla e militesla), a baixo custo.
A integração de sensores MR em substrates flexíveis e ajustáveis permite combinar funcionalidades mecânicas com a detecção de campos magnéticos. Por outro lado, a integração em microagulhas permite usar esses sensores em arquitecturas de precisão.
Nesta apresentação, iremos demonstrar, através de exemplos, como se tem conseguido integrar com sucesso sensores spintrónicos em configurações desafiantes, como (i) integração em bolachas CMOS usadas em nanoelectrónica e semicondutores, (ii) substratos e/ou interfaces flexíveis, (iii) tecnologias e estruturas microfluidicas e (iv) materiais elásticos para sensores tácteis.
Serão revistas algumas das características mais relevantes dos sensores, desde os materiais (filmes finos com menos de 2 nm de espessura) até às características físicas e requisitos tecnológicos (ruído, estabilidade térmica…), dirigidos para as aplicações.

18 de Junho de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93204734456
Título: “Computação neuromórfica”
Orador: José Figueiredo (DF e Centra-FCUL)
Resumo:
A computação neuromórfica (também conhecida como engenharia neuromórfica) é um tema de investigação e desenvolvimento interdisciplinar que envolve noções de biologia, física, matemática, ciências da computação e engenharias, e visa desenvolver hardware capaz de executar funcionalidades neuronais, emulando certas operações cerebrais como a perceção cognitiva, controle motor ou integração multissensorial. A realização de sistemas neuromórficos ao nível do hardware tem assentado essencialmente em implementações puramente eletrónicas, empregando transístores, memristores, spintrónica, etc.. No entanto, algumas destas implementações apresentam fortes limitações em termos de eficiência energética, largura de banda e latência. Por outro lado, os sistemas neuromórficos baseados em tecnologias optoelectrónicas/fotónicas têm o potencial de integrar funções de processamento neuromórfico que excedem amplamente as capacidades dos sistemas eletrónicos. O seminário compreende uma breve introdução à computação neuromórfica, comparando as capacidades do cérebro e dos computadores atuais, seguida da apresentação da tecnologia optoelectrónica em desenvolvimento no projeto europeu ChipAI, que visa a implementação de componentes capazes de operarem como neurónios e sinapses de estado sólido.

26 de Outubro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85682987143
Título: “(Geo)Física da atmosfera e dos oceanos: do Atlântico às Ilhas”
Orador: Rui Caldeira (Observatório Oceânico da Madeira, ARDITI, IDL-FCUL)
Resumo:
A ilha da Madeira oferece condições únicas para o estudo da interação das montanhas com o escoamento atmosférico (ventos), bem como, com a interação da topografia submersa com as correntes oceânicas. Vórtices, ondas internas, jatos, convecção, são alguns dos processos dinâmicos que resultam da interação da ilha com o(s) escoamento(s) incidentes (ventos e correntes). Existe igualmente uma forte interação entre os dois fluidos (atmosfera e oceano), responsável pela transferência de energia (momento e calor) entre a baixa atmosfera e o oceano.
Neste âmbito, o grupo de meteorologia e oceanografia do Observatório Oceânico da Madeira (OOM) em colaboração com colegas nacionais e internacionais, tem publicado vários trabalhos na literatura científica internacional, combinando modelos numéricos, observações remotas e dados in situ para estudar os efeitos das montanhas na geração de turbulência na baixa atmosfera; o sobreaquecimento da esteira oceânica que se forma a jusante; a formação e evolução dos jatos atmosféricos. A ilha serve também como proxy para o estudo de fenómenos à escala regional (Atlântico NE), e as alterações climáticas parecem ter um impacto relevante nos fenómenos locais. O conhecimento dos fenómenos à escala local permitirá melhorar os sistemas de previsão meteo-oceanográficos, úteis para antever catástrofes e/ou mitigar eventos episódicos ou extremos tais como tempestades, marés negras, acumulação de lixo marinho na costa, cheias, tsunamis, entre outros. O aumento do conhecimento sobre estes fenómenos insulares permite-nos também estudar outros arquipélagos do Atlântico como Cabo Verde, Canárias e Açores.

9 de Novembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85767381662
Título: “COVID-19, Delfos, IX-XI e Platão: Um modelo fenomenológico para explicar a pandemia de COVID-19”
Orador: Pedro Sebastião (DF e CeFEMA, IST, UL)
Resumo:
O desenvolvimento de modelos pode ser essencial para entender a dinâmica da pandemia COVID-19 e para avaliar diferentes estratégias de mitigação. Apresenta-se um modelo multi-compartimental que se ajusta aos dados epidemiológicos de onze países, apesar do número reduzido de parâmetros de ajuste. Este modelo explica de forma consistente os dados diários de infectados, recuperados e mortos durante os primeiros seis meses da pandemia. A boa qualidade dos ajustes permite explorar diferentes cenários e avaliar o impacto dos comportamentos individuais e coletivos e das decisões governamentais para mitigar a epidemia.

23 de Novembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/89740715281
Título: “Materiais sensitivos para olfato artificial”
Orador: Cecília Roque (UCIBIO, Departamento de Química, FCTUNL)
Resumo:
O olfato artificial é um campo emergente com o objetivo de imitar os sistemas olfativos naturais. Os sistemas olfativos contam com uma primeira etapa de reconhecimento molecular, onde os compostos orgânicos voláteis (COVs) se ligam a uma série de proteínas olfativas especializadas. Como resultado, os sinais elétricos são enviados para o cérebro, onde o reconhecimento de padrões é realizado. Uma abordagem eficiente em olfato artificial combina matrizes de materiais sensíveis a gases com processamento de sinais e ferramentas de classificação. A química supramolecular oferece a possibilidade de gerar materiais modulares, ajustáveis e responsivos a estímulos, sendo uma abordagem para o design de materiais funcionais na criação de novos tipos de sensores. Recentemente, desenvolvemos o conceito de géis híbridos [1]. Esses materiais resultam da combinação de componentes funcionais – cristais líquidos, líquido iónico, e biopolímero – que dão origem a propriedades de reconhecimento molecular não observadas nos seus componentes individuais. Cada componente tem a sua própria função, mas em combinação, eles fornecem um ambiente molecular e compartimentos com a seletividade necessária para detecção. Neste trabalho, filmes de géis híbridos são utilizados como sensores de COVs num nariz eletrónico customizado associado a um classificador automático [2]. Como potenciais aplicações, mostramos que o dispositivo desenvolvido pode ser utilizado na quantificação de etanol em combustível automotivo [1] e na monitorização de alimentos [3].
[1] A. Hussain, A.T.S. Semeano, S.I.C.J. Palma, A.S. Pina, J. Almeida, B.F. Medrado, A.C.C.S. Pádua, A.L. Carvalho, M. Dionísio, R.W.C. Li, H. Gamboa, R.V. Ulijn, J. Gruber, A.C.A. Roque, Tunable Gas Sensing Gels by Cooperative Assembly, Adv. Funct. Mater. 1700803 (2017) 1–9.
[2] C. Esteves, G.M.C. Santos, S.I.C.J. Palma, H.M.A. Costa, V.D. Alves, A.R. Porteira, B.M. Morais, I. Ferreira, H. Gamboa, A.C.A. Roque, Effect of film thickness in gelatin hybrid gels for artificial olfaction, Mater. Today Bio. 1 (2019) 100002.
[3] A.T.S. Semeano, D.F. Maffei, S. Palma, R.W.C. Li, B.D.G.M. Franco, A.C.A. Roque, J. Gruber, Tilapia fish microbial spoilage monitored by a single optical gas sensor, Food Control. 89 (2018) 72–76

14 de Dezembro de 2020, 14h00
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85299493984
Título: “Nobel da Física 2020: Os Buracos Negros brilham na teoria e nas observações”
Oradores: José Pedro Mimoso (Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências) e Koraljka Muzic (CENTRA, Faculdade de Ciências)
Resumo:
O Prémio Nobel da Física de 2020 focou-se nos Buracos Negros, que são dos mais enigmáticos objetos no Universo. Foi atribuído a Roger Penrose “pela descoberta de que a formação de buracos negros é uma previsão robusta da teoria da Relatividade Geral de Einstein” e a Reinhard Genzel e Andrea Ghez “pela descoberta de um objecto compacto supermassivo no centro da nossa galáxia”. Neste seminário apresentam-se os enquadramentos teórico e observacional destas descobertas e discute-se, ainda, o seu impacto para a compreensão dos buracos negros.